O evento aconteceu no sábado, dia 14/09, às 17h e, além de Sérgio Vaz, marcaram presença os autores Akins Kintê, Cleyton Mendes, Dinha, Elizandra Souza, Oluwa Seyi e Raquel Almeida.
Com mais de 35 anos de carreira, Sérgio Vaz é conhecido por ser um dos propulsores da literatura periférica no Brasil, especialmente da área da poesia. Ele é um dos criadores do Sarau da Cooperifa, que aconteceu até 2023 no Bar do Zé Batidão, no Jardim Guarujá, extremo sul da cidade de São Paulo, e que voltará em 2025.
Agora chegou a vez de Vaz ocupar a Bienal. O autor esteve presente em todos os dias do evento e, por três vezes, na programação oficial. Dentre os debates em que foi convidado a participar, vale destacar o Sarau Flores da Batalha, realizado no dia 14/09, sábado, às 17h, no Salão de Ideias, batizado com o título do livro mais recente do autor.
Com curadoria do jornalista Leonardo Neto, o Salão de Ideias busca ser o palco da não ficção nos dias de Bienal. Para Neto, a busca da pluralidade foi o grande papel do salão, e levar Sérgio Vaz mostrou que a literatura negra e periférica existe e que o público se reconhece ao ler e ouvir vozes pulsantes de cada participante desse sarau.
“O maior desafio de fazer a curadoria de um evento do porte e importância da Bienal Internacional do Livro é encontrar um equilíbrio entre diversidade, relevância e engajamento. Levar o Sarau Flores da Batalha para a programação oficial da Bienal é uma resposta clara a esse desafio.
A polifonia gerada por Sérgio Vaz, Elizandra Souza, Dinha, Akins Kintê, Raquel Almeida, Cleyton Mendes e Oluwa Seyi representa a diversidade que procurei desde o início do meu trabalho.”, comenta Leonardo Neto, que deu acesso à Sérgio Vaz para a escolha dos convidados. Com temas sobre o cotidiano, preconceito, racismo, drogas, violência, migração nordestina, entre outros, cada um dos convidados apresentou diversas poesias, como também fez o público. Vaz recitou textos já conhecidos, como “Amor com fim” e “A vida é loka”.
Com isso, Leonardo Neto, complementa sua alegria ao dar voz para aqueles que produzem boa literatura e muitas vezes são esquecidos: “E prova de que deu certo é que o público veio, lotou o Salão de Ideias e fez a Bienal vibrar. Foi uma performance literária marcante, que me emocionou e deixou uma marca profunda na Bienal. Não será mais possível pensar as novas edições da Bienal sem incluir vozes como estas e eu fico muito grato a todos os que tornaram esse momento possível.”
E sem sombra de dúvidas, o momento mais emocionante foi quando Elizandra Souza, autora de diversos livros, entre eles, Filha do fogo (Global Editora), recitou “Ao mestre com carinho – Dedicado ao poeta Sérgio Vaz”, publicado no livro Quem pode acalmar esse redemoinho de ser mulher preta? (Editora Mjiba). Ambos não contiveram as lágrimas, e o momento foi regado de longos aplausos da plateia.
O sucesso do evento que lotou o Salão de Ideias foi um momento histórico para a Bienal e para a literatura brasileira. E os reflexos surgem com o interesse de livreiros em levar o Sarau Flores da Batalha para suas lojas. A Livraria da Vila mostrou esse interesse na própria Bienal, e a Livraria Paisagem também pensa em convidar Vaz para um evento em sua loja da capital paulistana.
Eliaquim Batista
Atua no mercado editorial há sete anos. É analista de marketing do Grupo Editorial Global, com formação em Letras pelo Centro Universitário Sumaré; possui duas pós-graduações, em Comunicação e Gestão de Conteúdo (Universidade Metodista) e em Literatura e Produção de Textos em Língua Portuguesa (Universidade Ítalo Brasileiro). Além disso, é escritor, blogueiro e colunista da Revista Literária Voo Livre.