Contemporâneo do fabulista gaulês La Fontaine, Charles Perrault nasceu em 1628, em Paris, onde viveu até morrer em 1703, aos 75 anos. Membro da alta burguesia, Perrault foi imortalizado por criar uma literatura de cunho popular que caiu no gosto infantil e contou também com a aprovação dos adultos. Com pouco mais de 50 anos, trocou o serviço ativo pela educação dos filhos. Movido por esse desejo, começou a registrar as histórias da tradição oral contadas, principalmente, pela mãe ao pé da lareira.
Com quase 70 anos, publicou um livro de contos conhecido, na época, como “contos de velha”, “contos da cegonha” ou “contos da mamãe gansa”, sendo o último o título com que a obra ficou conhecida em todo o mundo. Com redação simples e fluente, as histórias eram adaptações literárias que traziam conceitos morais em forma de verso. Essa perspectiva promove, desde a fase inicial, na chamada literatura infantil, a existência de um teor pedagógico associado ao lúdico.