A avaliação desempenha um papel crucial no acompanhamento contínuo do ensino para os estudantes da EJA, oferecendo retornos valiosos sobre o desempenho pedagógico e o progresso dos estudantes. Mais do que simplesmente medir resultados, ela se torna uma ferramenta fundamental para personalizar o ensino e garantir que cada estudante alcance seus objetivos educacionais de maneira eficaz.
Na abordagem adotada pela coleção Novo Viver, Aprender – EJA, a avaliação é vista como um processo dinâmico e contínuo. Jussara Hoffmann, renomada pesquisadora na área educacional, destaca que o processo avaliativo ocorre simultaneamente ao desenvolvimento das aprendizagens dos estudantes. Assim, cada avaliação periódica se torna uma parada estratégica para o professor oferecer feedback sobre o progresso realizado até aquele momento (Hoffmann, 2005).
Avaliações diagnósticas são particularmente cruciais no início do processo de ensino na EJA. Elas fornecem ao professor informações essenciais sobre os conhecimentos prévios dos estudantes, ajudando a identificar quaisquer lacunas que possam existir. Esse tipo de avaliação permite também detectar eventuais dificuldades de aprendizagem e suas possíveis causas, orientando intervenções pedagógicas específicas (Haydt, 1992).
A avaliação formativa, por sua vez, está centrada no processo de aprendizagem em si. É através dela que o professor pode ajustar continuamente suas estratégias de ensino para melhor atender às necessidades individuais dos estudantes. Oliveira (2008) salienta que a avaliação formativa não apenas avalia o desempenho dos estudantes, mas também guia o próprio processo de ensino, permitindo ajustes e melhorias constantes.
A avaliação somativa, realizada ao final de um período de ensino, visa verificar se os objetivos educacionais foram alcançados de maneira satisfatória. Este tipo de avaliação é importante não apenas para medir o progresso dos estudantes, mas também para fornecer um feedback conclusivo sobre a eficácia do ensino aplicado ao longo do período letivo (Haydt, 1997).
Em nossa coleção, cada volume traz propostas variadas de avaliação distribuídas ao longo dos capítulos. Essas propostas são desenhadas para contemplar a diversidade de estilos de aprendizagem da turma, garantindo que todos os estudantes tenham a oportunidade de desenvolver suas habilidades de maneira progressiva. Um exemplo prático disso são as fichas de acompanhamento de aprendizagem presentes no manual do professor, que permitem ao professor registrar o desempenho individual dos estudantes em diferentes capítulos do livro, utilizando critérios como satisfatório (S), insatisfatório (I) ou parcialmente satisfatório (PS).
Além dos momentos formais de avaliação, é importante destacar a preparação dos estudantes para avaliações em larga escala. Embora não haja avaliações externas específicas para a Educação de Jovens e Adultos é fundamental que os estudantes estejam familiarizados com processos avaliativos que os prepararem para futuros desafios, como provas de seleção para o mercado de trabalho ou exames de admissão.
A autoavaliação também desempenha um papel crucial no processo educacional, especialmente no contexto da EJA. Ela não só promove o autoconhecimento dos estudantes, permitindo que identifiquem seus pontos fortes e áreas a melhorar, mas também fortalece seu protagonismo no processo de aprendizagem. Modelos simples de autoavaliação, adaptados às necessidades da turma, podem ser ferramentas poderosas para o desenvolvimento pessoal e acadêmico dos estudantes.
A coleção oferece uma abordagem integrada e contínua da avaliação para garantir um ensino de qualidade.
Ao valorizar diferentes momentos e tipos de avaliação, podemos não apenas medir o aprendizado dos estudantes, mas também proporcionar um ambiente de aprendizagem dinâmico e adaptável, onde cada estudante pode alcançar seu máximo potencial educacional.
Judith Nuria Maida
Coordenadora da coleção Novo Viver, Aprender para Educação de Jovens e Adultos.
Bacharel e Licenciada em Geografia pela USP. Mestre em Ciências da Educação pela Universidad de La Rioja (Espanha). Pós-graduada em formação de professores pela Universidad de Nebrija (Espanha). Formadora de educadores e Coordenadora de materiais didáticos mercado e PNLD.